20090207

high line. inauguração já em junho.







The High Line é o nome de uma ferrovia elevada que se estende por milha e meia ao longo do lado oeste de Manhatan. Construída na década de 1930, foi um dos maiores investimentos da cidade em infraestruturas de transportes.


Em 1847 a Cidade de Nova Iorque autorizou a travessia da via férrea através de Manhatan para permitir o transporte de mercadorias até Albany. Á medida que o tráfego se foi intensificando na nova linha, os acidentes começaram a surgir entre comboios e pedestres, cavalos e outras viaturas. As fatalidades tornaram-se tão frequentes que a 10ª Avenida se tornou conhecida como a “Avenida da Morte”. Finalmente, homens a cavalo tinham de caminhar em frente ao comboio a baixa velocidade acenando bandeiras. Chamaram-lhes os West Side Cowboys.

A High Line nasceu após anos de debate público sobre as condições perigosas do circuito ferroviário da cidade. A estrutura foi projectada para percorrer através dos quarteirões e ter acesso directo a fábricas e armazéns, permitindo aos comboios a ligação para carga e descarga sem implicações ao nível da rua.

Na década de ’50 o crescimento dos transportes rodoviários conduziu ao declínio da ferrovia e, consequentemente, ao progressivo abandono da High Line. Várias secções da estrutura foram demolidas em 1960 e a circulação de comboios seria definitivamente interrompida em meados da década da ’80.

Enfrentando diversas ameaças de demolição desde essa altura, a High Line tornou-se motivo de uma nova consciência a favor da sua preservação como exemplar único de arqueologia pós-industrial. Em 1999 foi fundada a associação Friends of the High Line, um grupo de defesa favorável à sua reutilização enquanto espaço aberto ao público.









É este longo movimento cultural da cidade que motivou o concurso para a reconversão da High Line.
A proposta vencedora é da autoria da firma de arquitectura Diller Scofidio + Renfro, em colaboração com a Field Operations. Foi este projecto que Elizabeth Diller apresentou na Conferência Internacional da Trienal de Arquitectura de Lisboa, como exemplo específico de reconversão de um vazio urbano atípico – um espaço público suspenso e longilíneo de difícil apropriação mas que se viria a revelar fértil de possibilidades.







A renovada High Line é um exercício de ecologia urbana. A extensa plataforma abandonada foi sendo apropriada por uma vegetação selvagem, tornando-se um ecossistema rico e desregulado – um ambiente melancólico que a natureza reclamou para si.
Elizabeth Diller descreveu o laborioso processo de reconstituição de um espaço enquanto instrumento de reflexão sobre conceitos de lazer e cultura. O plano elevado revela-se agora como espaço modulado em categorias de “natureza” e “tempo”, combinando a vida vegetal com fluxos pedestres numa estratégia de “agri-tectura” que conjuga materiais orgânicos e sintéticos. Um parque suspenso marcado pela lentidão, a espontaneidade, o íntimo e o hiper-social, de que transparece o balanço entre uma nova ambiência humana e o carácter preservado do antigo High Line.


dillerscofidio
friends of the high line
field operations
trienal de arquitectura de lisboa _ high line
youtube_high line


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1 comment:

Diana Sousa said...

hey que cena fix!!!